Design de moldes: veja o que considerar para fazer um bom trabalho
O design de moldes tem demandado cada vez mais a atenção dos profissionais da indústria do plástico. E não é à toa. Afinal, cabe ao designer de moldes atuar como uma espécie de negociador, responsável por atender a diversas expectativas ao mesmo tempo. Além disso, cabe a ele traduzir no produto as necessidades de todos os envolvidos nesse processo, buscando um resultado que seja interessante para o cliente, viável produtivamente e rentável para a empresa no qual trabalha.
Por isso, todas as escolhas do projeto têm de estar bem embasadas.“O empresário precisa entender que, algumas vezes, não vai ser possível fazer um produto com design de moldes tão simples quanto ele gostaria, mas que essa solução deve ocorrer em razão de algo de relevância para as outras partes interessadas”, destaca Fabio Toshio Ueno, designer de produto e especialista em Design Estratégico da Escola Senai Roberto Mange, de Campinas.
Os desafios e as boas práticas do design de moldes
Assim como foi citado que o empresário precisa ter certo entendimento sobre o processo, é importante, também, que o profissional responsável pelo design de moldes não tenha apego ao próprio projeto. “Muitas soluções serão descartadas por não atenderem aos aspectos produtivos e construtivos e dos negócios. Isso faz parte do processo, e é o grande exercício de criatividade ao que o designer está, necessariamente, exposto”, pontua Ueno.
Nesse sentido, o design é um processo de negociação permanente, que ocorre mesmo antes de o projeto ser aprovado e vai até a construção do molde. Partindo-se do princípio da simplificação máxima do molde, o designer precisa pesar as implicações das suas escolhas, sabendo argumentar a relevância das complexidades a serem inseridas e suas consequências na construção e na manutenção dos moldes ao longo de sua vida útil.
Cabe ressaltar que um projeto que tenha como foco somente a simplificação máxima da construção de molde e o menor custo de produto pode errar no atendimento às expectativas do cliente. Sendo assim, para fazer um bom trabalho no design de moldes, é necessário, primeiramente, ter um bom alinhamento com a equipe de projeto e de gestão.
“É imprescindível que, logo no início do processo, haja uma boa comunicação entre as partes para que todos estejam cientes sobre as necessidades do produto final e, consequentemente, compreendam as metas a serem obtidas com a construção do molde e com a qualidade do produto injetado”, comenta o especialista em Design Estratégico do Senai de Campinas.
Outro aspecto da comunicação é relativo à clareza das informações que irão para o ferramenteiro. Quanto mais claras elas forem, mais rapidamente será o processo de entendimento e a execução das partes e, consequentemente, da montagem e ajustagem do molde.
O que também auxilia no atendimento aos prazos é realizar a confecção do molde de dentro para fora, projetando, inicialmente, as gavetas, os machos e as cavidades, enviando-os aos ferramenteiros. Esse processo ajuda a reduzir o prazo de confecção do molde. Além disso, as simulações de enchimento servem de informação de referência para a regulagem das máquinas de injeção durante a etapa.
Para finalizar o processo de desenvolvimento do projeto, devem ser pensados os aspectos de segurança e, finalmente, a identificação do molde, que leva informações aos operadores, sejam elas relativas ao cliente, ao ferramenteiro, aos sistemas de refrigeração, ao esquema elétrico e/ou à sequência de acionamento de machos e gavetas.
Fonte: Mundo do Plástico